sábado, 30 de junho de 2012

Doce, divertido e amargo


Doce. Divertido. Amargo. São essas três simples palavras, tão cotidianamente usadas, que definem o que passo hoje. É um misto das três. Unidas, tornam-se algo magicamente trágico, maravilhosamente ruim. Como definir ao certo tudo que vivo? Talvez, se definisse uma palavra por vez, dando-lhe cada fator que a torna algo importante na minha vida, dividindo-as parte a parte, talvez assim, e só assim, eu poderia compreender ao certo tudo o que passo. Não custa tentar. Comecemos pelo doce, aquilo que se tornou superior em minha vida hoje, aquilo que faz parte do que eu sou e do que eu quero ser, aquilo que é razão dos meus atos e das minhas escolhas: meu filho. A sensibilidade que adquiri após engravidar é incalculável. Sou capaz de ver beleza até nas pequenas coisas, de amar até as mais insignificantes criaturas e de me conectar com as outras pessoas numa sintonia tão forte e tão bonita que chega a assustar a quem olhe de perto. Vamos ao divertido. Aquilo que me faz rir, que me faz ver graça nas pequenas coisas, que me faz passar horas e horas rindo da mesma bobagem. O que me faz sonhar, me faz imaginar como seriam as coisas e como eu queria que elas fossem. Mais uma vez, lá vem a mesma razão pra diversão da minha vida hoje: meu filho. É ele que olha através dos meus olhos. É pelo olhar dele que eu capto as mais diferentes sensações. É também pelo olhar do meu filho que tenho visto o amargo da vida passar diante dos meus olhos. A incerteza de se sentir capaz de criar, de sustentar, de educar e de preparar um ser para a vida. O descaso por parte de alguém que deveria estar do meu lado, me apoiando e acompanhando passo a passo cada momento da gravidez. O distanciamento de algumas pessoas, a capacidade de enxergar mais claramente aquilo que é ruim e é errado. O sofrimento de estar sozinha com uma criança no ventre... Talvez não seja tão bom dividir por partes, o doce, o divertido e o amargo formam um belo trio juntos. É melhor que continue assim...