quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Nossa única vez...



Foi a primeira vez que você esteve aqui, era estranho. Você gritou meu nome, então logo notei que não estava normal. Você tinha bebido. Será que só assim você sentiria vontade de me ver? Seria eu a sua última opção da noite? Já era tão tarde, mas eu precisava te ver. Todos os meus sentimentos eram confusos, eu precisava ter a certeza de que era você que eu queria pra mim.
Saímos pela rua, não podia deixar que fosse tão rápido, precisava pensar e sentir se era realmente você o escolhido. Andamos um pouco e conversamos sobre algumas coisas das quais não lembro mais. Você ainda bebia, mas estava alegre e sorridente, isso me cativava. Voltamos para minha casa, nos escoramos no seu carro e continuamos a conversar. Nossa conversa falava uma coisa, mas nossos olhos pediam outra. Você então entrou no carro, eu entrei também. Nossa conversa tomou um rumo chato, mesmo que nossos corpos pedissem algo mais. Fiz a única coisa que poderia fazer: te beijar. Precisávamos sair daquele mar de conversas e finalmente nos deixar levar por nossos instintos. 
Nosso beijo foi desengonçado, provava que ainda não nos conhecíamos o suficiente para estar daquela forma. Mas nos desejávamos, porque o resto importava? A sintonia foi começando e então, sinto sua mão acariciando a minha cintura. Paralisei. Por um breve momento desejei ir embora dali, sabia que não daria certo, que não tínhamos sintonia o suficiente e que talvez meu sentimento não fosse seu, fosse dela. Pensei em sair do carro, mas desisti. Sua mão era forte demais para eu tentar me soltar. 
Então você me segurou e me colocou no banco de trás e logo me acompanhou, eu fiquei um pouco deitada, enquanto levemente você se posicionava sobre o meu corpo e, finalmente, conseguimos a completa sintonia do nosso beijo. Ficava cada vez mais intenso, eu não conseguia controlar meu corpo, tremia de pleno tesão e desejava cada vez mais você. Você foi acariciando meu corpo enquanto tirava minha roupa. Passou sua mão entre meus seios e, ao chegar na minha cintura, colocou o braço por trás e me puxou firme, junto a seu corpo. 
Vagarosamente, ainda com meu corpo junto ao seu, você foi sentando no carro e me colocando por cima de você. Sentei-me sobre você e nos conectamos. Lentamente eu senti você entrando em mim, meu nível de excitação ia nas alturas, eu gemia e sussurrava coisas ao seu ouvido. Você sempre calado, fitava-me fixamente e me falava mil coisas apenas com o olhar. Eu não poderia me calar, precisava gemer e expulsar todo aquele prazer que você me proporcionava. Comecei a cavalgar lentamente sobre seu corpo, sentindo você entrar e sair de mim, conseguia sentir o quanto estávamos molhados de prazer. 
Acelerei o ritmo, ia cada vez mais rápido sentindo cada vez mais intenso o seu entrar e sair. Foi quando, finalmente, consegui arrancar de você um gemido de prazer. Podia sentir descer pelas minhas coxas a prova da intimidade que havíamos compartilhado. Era um momento mágico. Deitei minha cabeça em seu ombro e falei baixinho no seu ouvido: quero mais.
Foi aí então que me lembrei que ainda estávamos no banco da frente, que ainda estávamos no nosso primeiro beijo e que não havia nenhuma sintonia. Então me afastei, tirei sua mão de minha cintura, dei boa noite e fui dormir. 

Ainda, Erica?



Eu realmente me pergunto porque eu ainda não desisti. Não sei o que me mantém nesse sentimento. Não existe uma razão justificável para continuar nisso. Não é ruim, mas também o que há de bom em manter algo que nunca vai crescer? Algo que sempre vai ficar no mesmo lugar, não tem nada de bom pra te oferecer, porque esperar? Eu não sei. Eu poderia mudar tudo como sempre fiz, reverter toda a minha vida e fazer com que você pare de existir nela. Na verdade, você não existe, nunca existiu, foi só um passageiro errante que me olhou com outros olhos. Mas os olhos eram os mesmos, eu que os vi diferente. Foi tudo uma criação minha, onde alterei todo o real significado dos seus atos e os transformei em alimento para o que eu sentia. E porque não gostar de você, dentre tantas outras pessoas, você não é de se jogar fora. Mas eu sou. Sou algo completamente descartável na vida de muitas pessoas, provavelmente até na sua. Na de outras não, mas essas não importam, não para uma conquistadora como eu, essas já são vitórias, só é preciso dar alguma manutenção para que o carinho continue. Você é o espaço vazio na minha parede, aquela medalha de honra que eu nunca terei. Que honra? Droga, que honra tem em estar com você? Quer saber qual é? Eu não sei. E o pior de tudo é que nunca vou saber. Mas pode não ser tão ruim assim. Em tudo há um aprendizado. Estou aprendendo a gostar sem esperar nada em troca, pelo simples prazer de gostar. Pelo simples prazer de fazer parte do seu mundo. Mas ainda, Erica? Sim, eu ainda gosto de você. Só não sei até quando.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Amantes



Nós poderíamos nos amar todos os dias, sem nos amar. Nós poderíamos estar juntos, ficar agarradinhos, sem amor. Poderíamos sair, passear, comer, sem precisar amar. Mesmo assim ainda seríamos amantes e ainda assim nos amaríamos, mesmo sem amar. Mas a gente ama e ama e ama, sem amor. A gente quer tá perto, quer trocar carícias, sem se amar. Mas a gente tá junto, tá perto, mas tem medo, sem ter amor. E o medo estraga tudo, e queima, e destrói, o amor. Que amor? Que amar?
Nossas noites são quentes e cheias de carinho, mas por onde anda o amor? Seu amor está com ela, com outra, com qualquer uma, sem me amar. Meu amor está com ele, seu amigo, seu irmão, sem te amar. Mas é com você que eu durmo, sem fazer amor. É na sua cama que me entrego, que fico nua e te dou prazer, sem  querer amar. Porque nós dois juntos é uma explosão de amor, e que amor? Seu amor por você. Meu amor por mim. Nós nos amamos, eu a mim, você a si mesmo, sem amar, daria certo? Tem que dar.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Armadilhas




Confesso que nunca fiz por onde você ficar. Sempre fiz tudo errado, não tem como consertar isso. Começou errado, como sempre, confundi tudo: sentimentos, emoções, pessoas, gostos. E confundi você com toda a minha confusão. Não sei se teria sido diferente, tento até não pensar. Diminui a dor, sabe? Fica menos difícil de encarar a realidade de você não estar aqui. 
E eu cansei um pouco de mim, de tudo que me tornei nos últimos tempos. Sei que tenho justificativas pra estar assim, sempre tenho. Dificilmente existe algo em mim que não existe desculpa pra estar errado. E quando não tem, eu invento uma de última hora. O importante é sempre justificar tudo. Mas não consigo justificar e me convencer de que fiz tudo certo por você. O ruim é que nem sei se tive chance de fazer algo.
Tá tudo uma bagunça e eu quero consertar. Preciso esquecer dessa necessidade que tenho de ser amada, de ser vista. Esse meu ego atrapalha tudo e afasta as pessoas. Eu já afastei tanta gente, costumava tratá-las como descartáveis. Era sempre mais fácil. Sempre fugia, nunca resolvia meus problemas. Minha melhor amiga hoje foi a única pessoa que eu enfrentei, enfrentei nossas diferenças, enfrentei tudo que havia de errado. Esqueci meus erros, esqueci os erros dela. Fomos em frente. Em nome de uma amizade. Afinal, do que era mesmo que eu falava?
É essa confusão que me torna assim, que afasta as pessoas e me deixa aqui, em toda a minha magnífica solidão. Como uma peça rara, cheia de qualidades e envolta de armadilhas. E que armadilhas, hein? Quem já caiu em uma delas que o diga. Eu tenho tudo armado, tudo pronto. É inconsciente, mas sempre funciona. Exceto com você, por quê?

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Injustiça



É a única coisa que consegue me tirar do sério instantaneamente. Seja comigo, seja com outra pessoa, é revoltante. Eu sofro uma injustiça sem nome cada vez que alguém fala de um certo antigo relacionamento meu. Sai como a vilã e serei eternamente a vilã. Não importa o quanto eu justifique, não importa quantas vezes eu conte a verdade. É a minha palavra contra a de muitas pessoas. E isso nunca vai mudar, já desisti de tentar mudar.
A única coisa ruim nisso é que as pessoas já se aproximam de mim com uma ideia errada sobre mim. Muitas nem devem se aproximar por causa disso. Quanto a essas, eu desejo que descubram o que a vida é realmente e que não é se afastando das pessoas que você vai conseguir não sofrer, porque assim você vai ficar em um nível abaixo da vida, preso a pequenas coisas e nunca evoluirá. Quanto as que se aproximam, mas com uma ideia errada, eu agradeço por terem permitido me conhecer melhor, porque essas sim se desapegam de uma pequena coisa que se chama reputação e se permite conhecer alguém por inteiro.
Mas existem as pessoas que me conhecem, depois procuram saber sobre mim com pessoas que dizem me conhecer. Essas sim, provavelmente vão começar a evoluir, mas voltarão sempre atrás por causa do que os outros dizem. Se você está conhecendo alguém, tire suas conclusões. As pessoas podem mentir, enganar, mas você pode descobrir coisas maravilhosas na vida. Sair de um patamar abaixo e se permitir explorar o que é novo, sem medo de se ferir, sem medo de sofrer. Apenas se jogue, se entregue, sofrer não é ruim. Quem disse que é?
Ser injustiçado é ruim. Fazer alguém sofrer uma injustiça é ruim e dá um peso na consciência imenso. Acredite nas pessoas, mesmo que elas não acreditem em você. Todo mundo tem algo bom a oferecer. Todo mundo tem coisas ruins a oferecer. Você não vai encontrar pessoas boas no mundo e você terá que conviver com todo tipo de pessoa alguma vez na vida. Que tal se acostumar com isso? Quando se machuca demais, se encaliça e não dói mais.

Recomendando...

http://crajubarteen.blogspot.com/2012/02/gata-da-semana-erica-teles.html

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Ela se foi...



Ela vai fazer falta e ela sabe disso. Ela fez isso de propósito e você sabe disso. Ela quer te ver sozinha, rastejando por ai sem ter em quem se apoiar. Ela quer ter a certeza de que, agora, você tem a certeza do quão importante ela era na sua vida e você não viu. Mas você viu, e como viu. Mas não conseguiu mostrar pra ela que via. E agora? Como será sem ela ali, todos os intervalos, te fazendo rir, te olhando com os olhos brilhando e te dando beijos escondidos, que muitas vezes deixaram de ser escondidos. 
Ela se foi e agora não tem mais jeito. Você vai sofrer. Porque ela tá fazendo isso? Será que tudo que você fez a ela foi  tão ruim a esse ponto? Será que ela sofria por trás daquele sorriso e você não percebeu? Será que ela se preocupou muito mais em te fazer rir do que te mostrar que tava sofrendo e precisava de você. Como você foi idiota, sua idiota! Você sempre faz tudo errado. A perdeu em vão. Não terá ela de volta nunca mais, você a feriu e ela não quer ser ferida outra vez.
Porque você não prestou atenção nela? Eu sei, você precisava de todo aquele carinho e felicidade que ela te dava, você também sofria, mas você foi egoísta, não quis olhar pra ela. Ela sofria por você. E você, sofria por quem? Sofria pelo quê? Você foi fraca, fraca e idiota. Você perdeu tudo, agora, não adianta chorar. Te vira!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Heil Hitler!



Não me depilo quando estou menstruada, não dá. Nem sei se alguém o faz. É incômodo e costuma causar assaduras. Não se depilar nesse período não é nada anti-higiênico, simplesmente não dá. Acredito que o período de menstruação é um período íntimo da mulher com ela mesma. É uma fase de autoconhecimento, não dá pra dividir esse momento com ninguém. É algo único, inseparável. As pessoas costumam olhar esse momento como algo nojento, não é. Há todo um sentimento de feminilidade envolvendo esse período. Há todo um mistério que nenhum homem conseguirá descobrir, mesmo que estude a sua vida inteira sobre.
Há também todo um sentimento de maturidade nos pelos pubianos. Gosto desse período pós menstruação. Eles estão em um tamanho ideal, nem pequenos demais que os tornem ásperos, nem grandes demais que os tornem nojentos. Estão suaves, organizados seguindo o formato anatômico da área íntima feminina. Isso é sexy. Gosto de estender o período de autoconhecimento da menstruação por um dia ou dois. Não tenho interesse de manter algum tipo de relação sexual nesse período. É um período meu. Onde eu posso me amar, onde eu posso me proporcionar prazer sem a necessidade de haver um parceiro. 
Gosto da sensação de maturidade que os pelos proporcionam. É algo particular da mulher adulta. É a prova da não necessidade de agradar a outrem. É algo seu, natural, que apenas você vai usufruir, não precisa satisfazer a ninguém. Não sou adepta a manter os pelos do seu tamanho natural, não mesmo. Não acho algo bonito de se ver e me preocupo com a minha aparência. Não pensem que vão ter que enfrentar a mata atlântica para me proporcionar prazer, sou seguidora de Hitler. 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Dúvida



As pessoas não me conhecem. Elas nem sequer sabem que eu sou de verdade. Elas me veem através de uma tela preta, que obscura toda e qualquer possibilidade de enxergar o meu íntimo. Prefiro que seja assim. Elas não teriam a capacidade de entender tudo que existe dentro de mim. Eu tenho acesso a tudo e ainda não consegui entender. É muito complexo, complexo até demais. Sou movida a paixões, é a única coisa exata e concreta que tenho sobre mim. Isso não muda.
Todas as minhas idéias são abstratas. Nada que eu falo deve ser levado em consideração, pois muda apenas pelo fato de eu ter falado. É como um efeito borboleta, onde qualquer passo que eu der, muda todo o resto. E muda mesmo. Eu estar aqui, sentada, escrevendo isso, já está mudando muita coisa. Estou garantindo a perda de alguns minutos aqui, minutos que, segundo minha mãe, deveriam ser usados para arrumar meu quarto; segundo minha irmã, deveria ser usado para limpar a casa; segundo meus professores, estudando; segundo o que as pessoas pensam, trepando.
Mas eu não estou fazendo nada disso, estou apenas aqui, sentada escrevendo. Quem imaginaria isso? Quem diz que me conhece, jamais imaginaria. Quem realmente me conhece, tem certeza disso. Eu sou a pessoa mais simples do mundo. Meus atos são os mais simples do mundo. Minha mente não. Minha mente é uma bagunça. As razões pelas quais eu faço as coisas, essas sim, são um mistério. Você nunca terá uma mínima noção dos meus reais motivos de ter feito algo. Porque eu bebi, porque eu dei em cima de alguém, porque eu disse que amava. Nunca. 
Existe algo mais interessante do que a dúvida?

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sejamos amigos



Eu nem sei se deveria escrever isso dessa forma, tão cheia de emoções que não posso definir. Mas eu preciso tirar tudo isso que está aqui dentro, bagunçado, inquieto. É incrível como nossa vida muda a cada dia e as vezes é tão drasticamente. São só segundos, algumas palavras e pronto, mudou tudo. O mundo gira completamente e você não sabe onde vai meter a cara dessa vez, em qual abismo você vai se jogar.
Você é um coyote atrás do papa-léguas, e você se joga e luta e busca e tenta. Tudo dá errado. Sempre dá errado. Ele sempre estará longe, na sua frente. Sempre será superior. E quando você pensa que vai finalmente alcançá-lo, ele simplesmente some. Ele sai correndo tão depressa que você não o vê. Então você constrói planos, você pensa cuidadosamente em cada passo que dará e pensa em todos os possíveis passos que ele dará. Quando finalmente chega a hora, ele faz tudo aquilo que você jamais pensou que ele poderia fazer.
Como conseguir construir algo do zero tantas vezes? Como se pode ser capaz? É como tentar fazer o mesmo desenho várias vezes e sempre errar em algum ponto. Você acertou em uma coisa, mas errou em mil. E você acerta em mil, mas errou em uma. Sempre algo estará incompleto, nada será bom o suficiente para manter ele ali, do seu lado. Porque ele precisa correr, precisa fugir disso. Ele não quer isso. Acredite, se quisesse, estaria do seu lado. Não tente prendê-lo. Não tente conquistá-lo. Não tente amá-lo. Apenas desista.

Rapidamente Me Perdi




Eu não me importo. Não ligo pro que as pessoas pensam sobre mim, não ligo se elas falam mal da minha roupa. Não ligo por não ser rica e não usar roupas caras. Eu não quero nem saber o que as pessoas pensam quando olham pra mim, porque elas não me conhecem. Mas você me conhece. Você me conhece e sabe que eu não sou o que as pessoas dizem. Você sabe. Mas finge não saber.
Você tem vergonha de mim, você tem vergonha de quem eu sou e tem vergonha por eu não me importar com a sociedade. Você faz parte disso, você faz parte dessa sociedade ridícula que só se importa com a imagem, não com o real. Você não me ama porque eu não faço parte disso. Nem quero fazer. Quero continuar sendo eu. Quero continuar sendo essa pessoa que não ter vergonha do que fala, não tem vergonha do que faz.
Bebo, bebo sim. Bebo quando estou com raiva, quando sinto sua falta e quando lembro que você tem vergonha de mim. Faço coisas que te deixam com raiva de mim. Não ligo. Até ligo, mas finjo que não. Porque ligaria? Porque me importaria com alguém que tem vergonha de quem eu sou? Eu que deveria ter vergonha de você. Você é só mais um. Mais um que se veste igual a todo mundo, que pensa igual a todo mundo, que age igual a todo mundo. PERAI!
Você não é isso. Você não age como todo mundo, nem se veste como todo mundo. Você não liga, você bebe, você fuma. Porque então se importa comigo? Você não faz parte desse mundo, assim como eu também não faço, porque insiste em me colocar em um mundo do qual você não faz parte? Porque insiste em me manter longe de você? Porque diz que gosta de mim se seus atos mostram o contrário?
Você só confunde, confunde e confunde. Espera algo de mim que eu não posso dar. Na verdade, eu nem sei se você espera algo de mim, nem sei se você gosta de mim, muito menos se tem vergonha de mim. São só teorias, meras teorias que criei pra justificar o por quê de você nunca estar ao meu lado. O por quê de que você nunca estará ao meu lado. Alguém me disse, alguém me disse isso. E eu acreditei.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Mãe



Minha mãe está aqui. Não sei, mas é confortante pensar que ela está aqui. Só pensar. Ela está aqui, eu mal passei alguns minutos com ela e fui dormir. Nunca nossos horários de sono são compatíveis. Agora ela dorme, enquanto eu fico acordada. Mas a gente se esbarra entre a hora que ela briga me acordando pra almoçar e a hora de ir pra faculdade. Ela tá aqui. Fico feliz por isso.
Quem tem a mãe por perto sempre não consegue perceber a magia que existe em ter a mãe por perto. Ela nunca está aqui. Eu a vejo as vezes a cada mês, as vezes passo mais tempo sem vê-la. E é ruim. Não porque ela não está aqui, mas porque não consigo demonstrar pra ela que seria importante se ela estivesse aqui. Eu consigo me adaptar rápido demais a ausência das pessoas e isso faz com que eu não consiga mostrar pra essas pessoas que elas são importantes. Elas deixam de fazer parte do meu dia a dia e acabam deixando de fazer falta.
Em nenhum momento estou dizendo que minha mãe não faz falta, falo das outras pessoas. Minha mãe faz falta sempre. É ruim viver, é ruim ter que cuidar de si, é ruim ter responsabilidades. Sinto falta de quando não precisava me preocupar se vou ter dinheiro pra comprar o que comer amanhã. Sinto falta de não me preocupar se o aluguel está pago, se a conta de água foi paga e a de luz também. De não me preocupar se vou fazer o almoço suficientemente rápido para que quando os outros chegarem do trabalho já tenha o que comer.
Eu tenho uma casa pra cuidar. Não é só minha, mas também tenho parte na responsabilidade de cuidar dela. Ter que ir pro supermercado fazer a feira, ter que colocar o lixo pra fora, ter que arrumar a casa inteira nos fins de semana, ter que lavar banheiro, roupas e pratos. Coisas que eu fazia quando criança, mas fazia por diversão. Ir no supermercado e ficar pedindo pra comprar tudo, não ficar regrando e escolhendo o que comprar. Lavar a casa e ficar escorregando no sabão, não me preocupar em terminar logo porque existem outras coisas por fazer. 
Mãe faz falta, porque mãe cuida. Cuide da sua antes que ela comece a fazer falta.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Amanhã



Fica pra amanhã, hoje não dá, quem sabe outra hora, outro dia, outro ano, outro século, outra vida. Não há porque ser agora, ou há? Porque deveríamos nos encontrar hoje se podemos nos encontrar amanhã. A saudade aumentaria, não acha? A vontade também. Ah, e como a vontade aumenta. O desejo de se ver, a imaginação de como seria cada momento. E você pensa em cada possibilidade.
Você fica horas e horas imaginando como se cumprimentariam, sobre o que falariam, sobre como se sentiria ao lado dela, sobre como ela estaria linda e como seu sorriso é lindo. E se ela não sorrisse pra você? Você morreria? É o sorriso dela que move todo o seu sentimento. Mas ela poderia sorrir amanhã, ah, eu esperaria cada segundo pra ver seu sorriso amanhã. E qual roupa ela usaria? Estaria tão linda como estava hoje? É claro que não. A cada dia que passa, ela fica mais linda ainda. Não há como não se surpreender e não se admirar com tamanha beleza.
E você fica por ali, de longe, olhando tudo que ela faz, cada passo que ela dá. Será se ela te vê também? Será se ela percebeu que você tá olhando? É melhor ser discreto, diminua, vá com calma, amanhã ela virá, você sabe. Ela disse que viria. E se algo acontecesse e ela não viesse? Mas calma, ela virá. E se não vir, como seria seu dia? Você não teria ansiedade para procurar por ela pelos corredores, porque ela não estaria lá. Será se você saberia que ela não veio? E passaria toda a noite a procurá-la e iria embora sem saber se ela tinha vindo ou não. E quem saberia?
Ninguém pode saber, quieto, não fale nada, as paredes tem ouvido. E quando alguém fala o nome dela? Será se está falando mesmo ou você está só imaginando? Mas você fica nervoso, será se descobriram do meu amor por ela? Será se vão contar a ela que eu ando seguindo-na pelos corredores? E o que ela faria? Ela fugiria? Ela te dá tão poucas chances, mas você vive cada dia apoiado nessas poucas chances, nessas poucas palavras. Será se você morreria sem aquelas palavras? E amanhã, se ela não falasse, como seria?
Não pense, não pense, não pense! ORA, como não vou pensar? Já parou pra pensar no meu lado? Já passou pra pensar em como me sinto. Eu a amo e ela não acredita. Ela me convence de que não é amor e eu acredito. Por alguns instantes, eu até acredito. Afinal, é ela que está falando, como poderia ir contra as palavras dela? Mas o que justifica todo o meu nervosismo? O que justifica eu querer ficar perto o tempo inteiro, mas não conseguir me imaginar estando perto, por não saber o que eu faria. Droga! Ninguém vê isso não é. Será se amanhã ela vai ver?

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Acessibilidade ou exclusão?




Quem trabalha, estuda ou conhece a Faculdade Leão Sampaio sabe que a mesma se adequa as normas propostas pela lei da acessibilidade aos portadores de deficiência física. O campus Lagoa Seca, o qual eu estudo, no bloco principal existem banheiros coletivos feminino e masculino onde, dentre as cabines existentes, uma é adaptada a portadores de deficiência física. Algum problema nisso? Nenhum! 
No bloco secundário, (o qual apelidamos carinhosamente de "puxadinho") também existem banheiros coletivos, mas há um pequeno porém: os banheiros coletivos são apenas para pessoas "normais". Se você é deficiente físico, existe um banheiro (DO LADO) que é adaptado a você. Algum problema nisso? MUITOS!
Deixemos isso de lado e vamos aos banheiros individuas, localizados no bloco principal, próximos a tesouraria e a recepção das coordenações. Esses banheiros individuais são divididos da seguinte forma: um para pessoas do sexo masculino, uma para pessoas do sexo feminino e um para deficientes. Algum problema nisso? TODOS!!!
A intenção da acessibilidade é tornar acessível, não criar algo específico, separado dos demais. Isso não é acessibilidade, nem aqui, nem em lugar nenhum. É exclusão. A única coisa que me vem a cabeça é que o deficiente físico é um sexo novo, um terceiro sexo. Compreendo que, perante a lei, o edifício deve conter, pelo menos, "um banheiro acessível, distribuindo-se seus equipamentos e acessórios de maneira que possam ser utilizados por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida." (Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000)
Porém, o que venho contestar aqui é se realmente essa acessibilidade traz uma imagem de acessível e não de exclusão. Não sei se sou muito radical ou se isso realmente é exclusão. Acho que sou um pouco radical, não concordo nem sequer com essa divisão de banheiros individuais entre feminino e masculino quando a aparelhagem é a mesma. Utilizo o que estiver livre. Algumas pessoas me questionam na faculdade por usar o banheiro "masculino"e eu sempre respondo que um é o banheiro para pessoas com calça, o outro é o banheiro para pessoas com saia, eu uso short, então uso qualquer um dos dois. Normalmente eu utilizava o banheiro para deficientes, o banheiro do "terceiro sexo", já que não me adequava as plaquinhas dos outros banheiros, utilizava este como refúgio. Mas até isso a faculdade cortou, os banheiros individuais para deficientes do bloco principal agora vive fechado. Acho que a faculdade espera que o deficiente chame o zelador e peça para que ele abra a porta do banheiro e que, nesse espaço de tempo, a pessoa consiga não fazer suas necessidades em suas vestes.
Não sei se isso tem solução ou não, se estou certa ou não. Mas discordo completamente dessa política de acessibilidade utilizada pela minha faculdade. Mas quem sou eu para reclamar?

Aceito



Aceito ser feliz. Aceito estar com você. Aceito seu jeito, seus erros, suas manias. Aceito seu cheiro, seu gosto, aceito o modo como você joga o cabelo. Aceito o seu sorriso, aceito suas brincadeiras, aceito suas lágrimas. Aceito o seu andar, aceito o seu falar, aceito o seu vestir. Aceito seu gingado, aceito seu telefone tocar a cada minuto, aceito seu beijo molhado. Aceito que você brigue comigo, aceito seus ciumes, aceito seus defeitos. Aceito seus erros ortográficos, aceito seu gosto musical, aceito seus amigos. Aceito sua vida pra mim, aceito ser a sua vida, aceito te ter a cada segundo a partir de hoje. 

Só peço que aceite que isso não é um poema, é uma vida que te pede cautelosamente: cuide de mim.

Cotidiano



Odeio quando me pedem algum favor e quando eu digo que aceito fazê-lo tratem como se fosse obrigação minha. Não consigo fazer nada no ritmo das outras pessoas, tudo tem que ser no meu tempo, do jeito que eu sentir vontade de fazer. 
Odeio ser obrigada a fazer algo. A rotina me destrói a ponto de que, quando sou obrigada a fazer muitas coisas em um dia, acabo optando por dormir e não fazer nada. Não adianta o quanto você brigue, eu não vou fazer. Não gosto de sentir ódio, não gosto de sentir raiva, muito menos de me sentir um objeto sendo usado por outra pessoa da pior forma possível. Não tenho dono, portanto não tenho porque me rebaixar a alguém.
Se você me fez algo, saiba que farei algo em troca (se for bom, é claro, também não gosto de vingança). Não adiantará de nada você passar na minha cara, você vai perder toda a credibilidade que tinha comigo e, pode ter certeza, não me sentirei em falta com você. Quando gosto de alguém, faço tudo pra ver essa pessoa feliz. Mas quando não gosto, não importa o quão importante essa pessoa deveria ser na minha vida, eu não vou fazer nada por ela se não sentir vontade de fazer.
Não gosto da sensação que a obrigação me traz. Sinto que não nasci para servir a alguém. Mas também não nasci para comandar ninguém. Da mesma forma que não me sinto obrigada para fazer algo, não quero que ninguém se sinta assim. Gosto de ver felicidade no rosto das pessoas, gosto que elas se sintam bem ao fazer o que fazem.
Infelizmente a vida não é assim. A vida é cheia de pessoas infelizes com suas obrigações e cheias de desejos de comandar os outros. Queria que não fosse assim, mas até mesmo esse meu querer seria meio que uma tentativa de comandar o modo como os outros são, de querer que eles sejam do meu jeito, façam as coisas que me agradem. Então, não há o que mudar. Se não há o que mudar, não há o que discutir.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Mudança



A gente nunca sabe quando vai se sentir vazio por dentro. E sempre vem de repente, sem nenhum motivo exato. Mas na verdade, sempre existem mil motivos, que se unem aos poucos e formam algo grande. São como uma tempestade, que é formada de milhares de pequenas gotas. E são sempre coisas pequenas, mínimas, coisas que você não deu importância pra resolver e agora elas voltam pra você como um grupo que se une e deseja fazer uma greve. A greve de dar valor as pequenas coisas.
São pequenos gestos, um outro alguém que hoje não é ninguém, um alguém que passou a ser outro alguém, um amigo que fica mais longe, um sorriso que você não recebeu. Mas você não se importa quando essas coisas acontecem, porque elas correm tão naturalmente, que você sequer percebe que elas mudaram, a não ser quando o vazio chega. Então você coloca a música mais triste que tem no seu computador e começa a pensar em todas as coisas que deixaram de ser nos últimos tempos.
Mas o problema não está aí. Está nas coisas que não passaram a ser. Aquelas que você não conseguiu realizar e, por ironia do destino, teve que mudar. Então você muda, anda por outros caminhos e espera que o destino se encarregue de trazer pra perto as pessoas que realmente devem estar perto. Você não faz nada. E o que faria? Há realmente o que fazer? Se houver, me digam, porque preciso saber.
Então te aparece alguém legal, que deveria fazer todas essas coisas voltarem a ser coisas irrelevantes, mas esse alguém não o faz. E está aí o problema de quando o destino coloca alguém que deveria ficar por perto, porque você acaba depositando nessa pessoa a responsabilidade de resolver todos os problemas que você não resolvem e que agora voltam com o triplo do tamanho. Mas esse alguém não resolve. E como resolveria se nem sequer sabe do que se trata. E você deixa alguém às cegas na sua vida, implorando por um pedaço de sua atenção. Mas você não dá. Sua atenção está no passado, nas pequenas coisas. Aquelas pequenas coisas que você não resolveu.
Então você para e diz: vou resolver! Será se vai? Muitas vezes é tarde demais e a tempestade já está mais forte do que você poderia controlar. Então você afunda e deixa que a água te carregue até a próxima parada. Seus problemas serão como um ônibus pra você, você se permite ser levado por ele para onde ele estiver indo, você nem sequer se preocupa em perguntar qual o destino. Você sentará, olhará pela janela e verá todas as coisas se tornando pequenas de novo. E quando o ônibus parar, você descerá e buscará um novo sentido pra viver.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A utopia do amor



A gente nunca sabe quando vai se apaixonar, muito menos por quem vai se apaixonar. As pessoas se tornam, de uma hora pra outra, simplesmente cativantes a tal ponto que você não consegue enxergá-las como fazia antes. E isso é lindo. Normalmente são pessoas com as quais você esbarra pelos corredores, pessoas que estão sempre ali, ao seu redor, mas você não consegue enxergar o que há de especial nelas, dificilmente você conseguirá, ao menos, enxergá-las.
As pessoas são cativantes, todas elas, independente dos seus defeitos, todas tem qualidades que as tornam pessoas maravilhosas. O grande problema é conseguir voltar sua atenção ao que é bom nas pessoas. Mas isso não seria um grande problema se olharmos pelo lado de que nem tudo que eu gosto, você gosta, ou fulano gostará. E é isso que faz com que nos apaixonemos por pessoas específicas.
Imagine um mundo onde todo mundo gosta de todo mundo, como seria? É esse não gostar de certas coisas que faz com que a vida funcione da maneira que funciona. Nem é uma harmonia completa, nem é uma batalha eterna. Estamos localizados no meio disso (ou é onde deveríamos estar).
É lógico que todos temos consciência que estamos vivenciando uma grande revolução no modo como as pessoas se relacionam. A importância que nossos avós davam aos valores morais está se perdendo cada vez mais. E isso influencia na maneira como amamos e na maneira como nos apaixonamos pelas pessoas. Na verdade, hoje em dia raramente se é possível perceber alguém que realmente esteja amando a outrem. As pessoas se apaixonam, alvoroçadamente e realizam seus desejos logo no primeiro encontro, o que faz com que os desejos vão se dissipando a maneira que os encontros se tornem mais comuns, até que esse encanto se desapareça de vez e dê espaço a um novo encanto, onde o "objeto" desejado será outra pessoa.
A verdade é que o belo do amor é amar, apenas. Amar sozinho, idolatrar, cuidar, querer ver o bem, independente de ter aquela pessoa do seu lado a cada segundo. Ser feliz por fazer parte da vida da pessoa amada e por ser útil na construção da felicidade da mesma. Mesmo que essa utilidade esteja em não estar junto da pessoa, mas apenas ao lado como amigo. As pessoas não aceitam isso, não aceitam não realizar um amor e acabam se frustrando. 
Amar é bonito, mas se você não aceitar que amar é uma completa doação sem nenhuma garantia de retorno, você nunca conseguirá manter um amor por muito tempo e perderá todo o encanto que é amar. É difícil, até quase impossível, mas é por isso que o amor é tão raro, porque é algo altruísta e, hoje em dia, vivemos em um mundo completamente egoísta onde só se é bom aquilo que faz bem para si próprio, não para os outros.

Conversa de Avó




Eu sempre fui muito apegada a minha avó, apesar de ela ser a segunda mulher do meu avô e não ser minha avó de verdade, desde que nasci ele já era casado com ela, então a considero como tal. Aprendi com ela a maior das lições que poderia aprender na minha vida: você NUNCA vai ganhar nada. Não importa o quão te encham de presentes, nada será seu de verdade, tudo será conquistado através do seu esforço. Seja seu esforço físico ou apenas o mental, onde você se esforça sempre em ser uma pessoa boa e em fazer o bem.
Como toda criança, eu adorava ir pedir dinheiro a minha avó (ou ao meu avô, mas arrancar algo dele era sempre mais difícil). Sempre que a pedia algo, ela pedia para que eu fizesse algo antes, depois me daria o dinheiro. Eram coisas diversas que variavam entre lavar suas chinelas, fazer o café e iam até coisas como depilar as pernas dela. Dependendo da quantidade de dinheiro que eu desejasse, era a dificuldade da tarefa que eu deveria fazer.
Uma dos maiores desgostos que tive em relação a família foi quando ela parou de falar comigo. Foi um misto de diversas coisas desde briga em festa de aniversário de família, a boatos sobre minha sexualidade. Enfim, acabei a decepcionando e ela deixou de falar comigo. Não que ela tenha deixado realmente de falar, mas ela mudou completamente o modo como me tratava e isso me magoou muito. 
Sempre achei importante manter esse vínculo com a minha avó, ela era a versão boazinha da minha mãe. Ela era tudo que uma mãe é, só que sem brigar tanto. Talvez seja porque, na verdade, há sempre coisas que a gente tenta esconder da família, mas a mãe acaba descobrindo e avó não. Nunca achei que conseguiria ter certos tipos de conversas com a minha avó, como falar sobre minha orientação sexual ou sobre minha vida sexual. Acho que as avós são seres divinos, elas já viveram demais e já tiveram decepções demais com nossos pais, não há porque ela se decepcionar com os netos também.
Acho que envelhecer já é difícil o bastante, não há porque trazer mais sofrimentos aos nossos avós. Tento ser sempre o melhor para ela, mostro sempre o meu melhor pra ela. Acho que função de avó é sentir orgulho dos netos, já que função de filho é decepcionar os pais e a gente sempre espera que nossos pais tenham feito isso da maneira mais honrosa possível, então cabe a nós a parte do orgulho, de ser o lado bom de ter sofrido tanto criando e educando nossos pais, pelo menos saímos nós, as "recompensas".
Algo que acho muito importante e aconselho a todos que o façam: ouçam seus avós. Apesar de eles terem vivido em uma época completamente diferente da atual, existem coisas que nunca mudam: como a falsidade e a honestidade. Quando se vive muito, se aprende a reconhecer o que há de bom e o que há de ruim nas pessoas logo de cara, não que isso seja certo e que se deva deixar de falar com alguém só porque a sua intuição mandou. É importante viver todo tipo de experiência, mas existem as experiências dos outros que podemos tomar como nossas e evoluirmos sem ter que passar por tal situação. Saber ouvir, é o bastante. 

Sexo entre amigas




Uma triste informação para os homens: amigas de verdade não transam! Não importa o quão excitante isso possa parecer pra você, elas não se sentem atraídas, não adianta enchê-las de bebida, isso não vai acontecer.
Amigas de verdade que eu falo são aquelas que peidam uma na frente da outra, falam sobre o quanto seus pentelhos estão crescidos e conversam com a boca fedendo quando acordam. Elas ficam assanhadas uma na frente das outras, ficam sujas e usam suas piores roupas. Elas até compartilham calcinhas e trocam de absorvente uma na frente da outra.
Então me respondam, sinceramente, o que há de excitante nisso?
Eu acredito que nada! Um dos fatores de grande importância quando uma pessoa se interessa por outra é o cheiro, isso é algo essencial e é muito primitivo, está completamente relacionado aos instintos. Amigas de verdade sentem no cheiro da outra o mesmo cheiro que sentiria em sua irmã.
Amigas de verdade são como irmãs, isso é fato. A cumplicidade, a fidelidade e a amizade que só se encontra em alguém que saiu do "mesmo buraco" que você. A grande questão sobre amigas que ficam com amigas é: elas não são amigas de verdade. Elas não compartilham todas as coisas que citei acima. Então, pesquisem e vejam se elas realmente são amigas de verdade ou são só amigas, se forem só amigas, encham o "rabo" delas de bebida e se divirtam a vontade!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Sexualidade no Século XXI

É engraçado como as pessoas, em pleno século XXI, ainda relacionam o sexo a vulgaridade. Não importa o quanto de instrução a pessoa tenha, se ela se preocupa com sua imagem perante a sociedade, ela não tratará o sexo como algo normal e prazeroso. As pessoas não conversam sobre sexo em mesas de bar. Elas fazem sexo nos banheiros dos bares, mas falar não, falar é errado, é proibido. Eu discordo. Falo sobre sexo na mesa do bar, falo sobre sexo no Twitter, no Facebook, no MSN, mas isso não me torna uma pessoa com hipersexualidade, muito pelo contrário, seria frígida se não fosse tão aberta com relação a isso e não tivesse buscado em mim meios para obter prazer.
As pessoas acham que por isso, eu transaria a qualquer momento com qualquer pessoa. E faria, se assim me sentisse segura e atraída. Não faria sexo com alguém que me liga e marca um sexo para as 22hs, sendo que ainda são 20hs. Se ficasse excitada com o convite, era mais provável eu ir pro banheiro, me masturbar, e quando a pessoa chegasse eu estaria na minha cama dormindo alegre e satisfeita. Isso me torna uma pessoa anormal? Não. Só acredito que sexo é algo momentâneo e que deve ser assim sempre. Não existe esse negócio de sexo programado.
Um tabu que tenho chama-se MOTEL! Como duas pessoas (na melhor das hipóteses) conseguem entrar em um carro e dirigir, por minutos ou até horas, até o motel mais próximo. Eu teria transado no primeiro sinal que o carro parasse. Qual a sensação de fazer isso? Não me imagino em uma situação dessas. E até imagino, eu ansiosa pensando "é, nós vamos transar" ou algo do tipo "será que estou depiladinha o suficiente?" ou até mesmo "será que ele vai brochar ao ver minha calcinha?". E o que passa na cabeça de um homem? Será se ele pensa que vai brochar, sei lá. Se ele não vai ter ejaculação precoce, ou se ele fica pensando na situação morfológica da vagina da parceira. (Estou usando uma visão heterossexual por assim achar mais prático).
Não compreendo o que o sexo se tornou hoje em dia. É algo que só se faz, não se fala. Quem faz e não fale é certinho, quem fala e não faz é vagabundo. Acho que é um problema que poderia ser definido em uma única palavra: PRECONCEITO! As pessoas possuem uma carga cultural preconceituosa quanto às relações sexuais e assim as carregam por toda a vida. Tratam o sexo como algo plenamente instintivo e não buscam compreendê-lo antes de fazer. E quantas mulheres se permitem conhecer seu corpo plenamente para garantir uma excitação e um orgasmo em qualquer relação sexual que pratique (voluntariamente, é claro). E os homens, quais deles sabem tocar uma mulher? Quais deles sabem exatamente com que pressão devem tocar no clítoris para não estragar a excitação da parceira. E será que eles ao menos sabem o tempo que uma mulher precisa pra se sentir plenamente relaxada e excitada?
São certos problemas que poderiam ser resolvidos com conversas, conversas de bar, conversas em redes sociais. Não existe nenhum problema em falar sobre sexo e ele não te tornará alguém diferente das outras pessoas, muito pelo contrário, hoje em dia diferente é quem não o faz. Vamos falar mais, aprender mais e praticar mais, para que possamos evoluir no sexo de uma maneira positiva e não regredir a meros animais com os instintos a flor da pele devorando um pedaço de carne.