terça-feira, 6 de março de 2012

Nós três




Você não tinha o direito de invadir meus sonhos, eles são meus, ora! Não tinha o direito de me perturbar no único momento que consigo não pensar em você. Você não podia ter sido tão carinhoso, tão atencioso, não podia! Isso não é real, não é real. A gente sabe disso... Mas porquê me atormentar tanto assim? Porque entrar na minha vida se nunca quis ficar? Eu não te pedi pra aparecer, não pedi. Foi você, foi culpa sua. Eu nunca quis você, eu queria ela. E você sabia disso. Você veio com toda aquele ar de disponibilidade, aquele olhar de amor possível e aquele sorriso, aquele sorriso que me lembrava dela. 
Eu não pude evitar. Ela me falava sobre você, sobre o quão eram parecidos e o quão menos "medo" você me daria. Mas eu não tinha medo dela, não tinha medo do que poderia vir a ser ao lado dela. Mas ela me convenceu de que você era o melhor, pra quê? É tudo culpa dela! Ela transformou tudo que eu sentia por ela em amizade e o nada que eu sentia por você em tudo.  E eu aceitei. Por que parecia tão possível, que não haveria porquê não aceitar. 
Vocês são iguais. Almas, mentes, gestos, tudo. Até no físico tem coisas em comum. Mas ela não me perturba mais. Ela não me dá medo, nem sensações estranhas. Eu não sinto mais vontade de estar perto dela. Não existe mais aquela mágica sintonia de duas mulheres que são iguais, mas que vivem em fases diferentes. Não existe mais aquele "apaixonar por si mesma", eu por aquilo que um dia seria, ela por aquilo que um dia foi. 
A grande verdade é que nós três somos iguais. E que não existe nós três. Existe você e ela. E longe, muito longe, atrás das telas de computador, existe eu. Existem meus sentimentos e meu turbilhão de emoções confusas. Por você, não mais por ela... E no final das contas, restarei apenas eu. Sem você, sem ela, sem ninguém.

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