segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Acessibilidade ou exclusão?




Quem trabalha, estuda ou conhece a Faculdade Leão Sampaio sabe que a mesma se adequa as normas propostas pela lei da acessibilidade aos portadores de deficiência física. O campus Lagoa Seca, o qual eu estudo, no bloco principal existem banheiros coletivos feminino e masculino onde, dentre as cabines existentes, uma é adaptada a portadores de deficiência física. Algum problema nisso? Nenhum! 
No bloco secundário, (o qual apelidamos carinhosamente de "puxadinho") também existem banheiros coletivos, mas há um pequeno porém: os banheiros coletivos são apenas para pessoas "normais". Se você é deficiente físico, existe um banheiro (DO LADO) que é adaptado a você. Algum problema nisso? MUITOS!
Deixemos isso de lado e vamos aos banheiros individuas, localizados no bloco principal, próximos a tesouraria e a recepção das coordenações. Esses banheiros individuais são divididos da seguinte forma: um para pessoas do sexo masculino, uma para pessoas do sexo feminino e um para deficientes. Algum problema nisso? TODOS!!!
A intenção da acessibilidade é tornar acessível, não criar algo específico, separado dos demais. Isso não é acessibilidade, nem aqui, nem em lugar nenhum. É exclusão. A única coisa que me vem a cabeça é que o deficiente físico é um sexo novo, um terceiro sexo. Compreendo que, perante a lei, o edifício deve conter, pelo menos, "um banheiro acessível, distribuindo-se seus equipamentos e acessórios de maneira que possam ser utilizados por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida." (Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000)
Porém, o que venho contestar aqui é se realmente essa acessibilidade traz uma imagem de acessível e não de exclusão. Não sei se sou muito radical ou se isso realmente é exclusão. Acho que sou um pouco radical, não concordo nem sequer com essa divisão de banheiros individuais entre feminino e masculino quando a aparelhagem é a mesma. Utilizo o que estiver livre. Algumas pessoas me questionam na faculdade por usar o banheiro "masculino"e eu sempre respondo que um é o banheiro para pessoas com calça, o outro é o banheiro para pessoas com saia, eu uso short, então uso qualquer um dos dois. Normalmente eu utilizava o banheiro para deficientes, o banheiro do "terceiro sexo", já que não me adequava as plaquinhas dos outros banheiros, utilizava este como refúgio. Mas até isso a faculdade cortou, os banheiros individuais para deficientes do bloco principal agora vive fechado. Acho que a faculdade espera que o deficiente chame o zelador e peça para que ele abra a porta do banheiro e que, nesse espaço de tempo, a pessoa consiga não fazer suas necessidades em suas vestes.
Não sei se isso tem solução ou não, se estou certa ou não. Mas discordo completamente dessa política de acessibilidade utilizada pela minha faculdade. Mas quem sou eu para reclamar?

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